sexta-feira, novembro 26

Team America: World Police

Uma guerra pela paz, à moda americana

A mais recente criação dos autores da mítica série de animação South Park, Trey Parker e Matt Stone, é Team America: World Police, um filme de animação que retrata e satiriza a prepotência norteamericana na guerra contra o Iraque e contra o terrorismo em geral.
O filme conta a história de uma polícia internacional encarregue de manter a segurança global no mundo que toma conhecimento que um ditador longínquo fornece armas de destrição maciça a terroristas. Logo, este verdadeiro "exército da paz" parte em combate ao terrorismo com vista a salvar o mundo... Parece que já se viu esta história em mais algum lado, não é?... Só que na história de Parker e Stone os soldados são incompetentes, desajeitados, e sem pontaria pontaria nenhuma, acabando por destruir a Torre Eiffel, o Big Ben e as Pirâmides do Egipto.
Este filme provocou, como seria de esperar, uma onda de polémica nos EUA quer pela sua perspectiva relativamente ao terrorismo e às formas de o combater, quer devido às cenas de sexo e violência.
Após terem apresentado nove versões de uma mesma cena (que se relacionava com um acto de amor entre duas personagens), os criadores deste filme animado de guerra finalizaram a sua própria "guerra" com os censores da Motion Picture Association of America (MPAA), ao conseguir baixar a classificação do seu filme de NC17 (classificação usualmente dada a filmes pornográficos) para R (adultos ou menores acompanhados). Porém, Parker, ficou especialmente aborrecido com os cortes que tiveram de fazer à referida cena, pelo que , segundo este, ela se tornou confusa e incompreensível.
Apesar de toda esta censura, o retrato da atitude belicista norte-americana através de simples "marionetas", para além de constituir um contributo cinematográfico notável, é, sem dúvida, uma crítica sócio-política actual e marcante.


Fontes:

sexta-feira, novembro 19

O que sobrou da arte em Cabul...

Foram encontradas 22000 peças de arte numa cave no centro de Cabul

Durante um recente inventário ao património afegão, foram encontradas, numa cave no centro de Cabul, 22000 peças de arte que se pensavam há muito perdidas.
Sem grandes danificações e pertencentes a diversas épocas da história do Afeganistão, estas peças apresentam uma grande multiplicidade quer no que respeita à sua forma, quer no que se refere à sua origem: estátuas de marfim, moedas de ouro e prata, e relevos de palácios foram alguns dos objectos encontrados; já a sua origem varia entre China, Índia, Egipto, Grécia, Roma, e, evidentemente, Afeganistão... Conta-se ainda entre as peças encontradas um conjunto de milhares de objectos em ouro (designado "Ouro de Bactria"), que é, efectivamente, um dos mais valiosos tesouros do país.
Este "achado" vem reafirmar a diversidade cultural que está nas origens deste país, profundamente e prolongadamente vitimado pela guerra. De facto, as peças encontradas julgavam-se perdidas: ou vitimadas durante a guerra civil dos anos 80, num bombardeamento do Museu Nacional de Cabul, e nos constantes saques dos civis, ou destruídas durante os anos 90 pelos talibãs devido às suas teses iconoclastas. Com efeito, foi encontrado um grande tesouro artístico numa terra onde a guerra parecia já ter assolado tudo.


Fonte: Público nº 5354, 19/11/2004
(a notícia não se encontra on-line)

terça-feira, novembro 16

Já não se ouvem os ecos do apartheid nas palavras de Gibson Kente

O dramaturgo sul-africano Gibson Kente, activista dinâmico na luta contra o apartheid, morreu no passado dia 7 num hospital de Soweto (África do Sul), vítima de HIV.
Kente é conhecido como o pai do teatro "township": um movimento que tinha como principal objectivo levar obras teatrais e musicais às comunidades pobres negras sul-africanas.
Todas as suas peças de teatro (que serão ao todo 23) têm uma componente interventiva muito forte, quer a nível social, quer a nível político. Acompanhadas de jazz e gospel africano, contribuiram para criar uma nova consciência social e para fomentar a luta contra o apartheid. Com peças como "How long?", "Our Belief" ou "Too late", Gibson profetizou a onda de violência que viria mais tarde a assolar o país africano, bem como vincou a sua posição na luta contra o apartheid. As autoridades sul-africanas não gostaram e para além de proibirem a sua representação, viriam mais tarde a condenar o dramaturgo a 6 meses de prisão. Assim, este sul-africano usou ao longo da vida os seu talento e criatividade artistíca para lutar contra uma das guerras mais antigas do mundo: a guerra das raças.
Aos 72 anos, e à beira da morte, Kente, que segundo diversas fontes enfrentava uma situação financeira bastante problemática, encontrava-se agora a escrever uma peça alusiva à doença tabu da África do Sul e da qual ele próprio foi vítima: a sida. Porém, esta última luta do resistente sul-africano não foi concluída.
Fontes:

quarta-feira, novembro 10

DOCLISBOA, uma resma de telas de guerra

O II Festival Internacional de Cinema Documental de Lisboa encheu os auditórios da Culturgest e deixou milhares de olhos perplexos perante os segredos da vida em tempo de guerra

No passado dia 31 de Outubro, foi finalmente revelado o vencedor do Grande Prémio do DocLisboa , II Festival Internacional de Cinema Documental de Lisboa. “A Scuola” do italiano Leonardo Di Constanzo, longa-metragem passada no dia 29, que retrata o dia-a-dia de alunos e professores de uma escola sedeada nos arredores de Nápoles, foi a premiada (no valor de cinco mil euros). O prémio do festival para a melhor curta-metragem foi atribuído a “In the Dark” de Sergei Dvortsevoy e o melhor documentário português foi a “Autografia” de Miguel Gonçallves Mendes. “S21 – la machine de mort khmer rouge” de Rithy Panh recebeu o prémio especial do júri.
Este festival, que, entre o dia 24 e o dia 31 de Outubro, trouxe ao público português 60 documentários, caracterizou-se pela enorme quantidade de documentários alusivos a conflitos militares e políticos do cenário internacional. Porém, dos filmes que abordaram esta temática, só um foi premiado (“S21 – la machine de mort khmer rouge”).
De salientar será igualmente a grande afluência de público a este festival (cerca de 1000 espectadores por dia) que desmente por completo a tese de que em Portugal não existe público para o documentário.
Nas linhas que se seguem, far-se-á um breve resumo dos documentários presentes neste festival que, de algum modo, levavam o público a uma reflexão sobre a guerra e que muitas vezes partiam de realizadores, cujos países de origem se encontram em guerra.

“The revolution will not be televisived”, documentário dos irlandeses Kim Bartley e Donnacha O Brian que abriu o festival (no dia 24 do mesmo mês), retratava as 48 horas de uma equipa televisiva, durante o golpe de Estado contra Hugo Chavez. Trata-se de uma visão pessoal da Venezuela de Hugo Chavez que contraria a visão comum, patrocinada pelos meios de comunicação social, na sua maioria controlados pelos inimigos de Chavez. Ora, o documentário, mundialmente premiado, representa precisamente isto: por um lado, a manipulação que as empresas televisivas fazem dos acontecimentos para detonar o líder carismático; por outro, a impossibilidade disto, perante um povo fortemente ligado às massas populares.

“Detail” de Avi Mograib (realizador israelita), curta-metragem que encheu a tela da Culturgest, no dia 24, é uma sucessão de imagens que deixou o público imerso no conflito israelo-árabe: um descampado, um tanque blindado israelita, ambulâncias, uma menina que chora, uma mulher ferida…a inacabável guerra.

“Checkpoint” de Yoav Samir, também israelita, é um retrato da realidade palestiniana desde 1967: o quotidiano dos postos de controlo israelitas e a selecção arbitrária e humilhante dos palestinianos que podem ou não passar. Ir ao médico, visitar familiares, ou mesmo até ir até aos postos de trabalho são razoes que merecem dúvida e cautela… Perante isto, o espectador terá com certeza recordado ansiosamente o balão com o rosto de Arafat para distrair os soldados israelitas, bem ao jeito de “Intervenção Divina” de Elia Suleiman.

Anu Kuivalainen trouxe, com “Grandad’s waking dream”, no dia 25, as imagens de guerra que o perseguem desde que foi médico na frente russa durante a II Guerra mundial. A morte, o assassínio, a dor e a memória. Numa tela grande.

No mesmo dia, pôde-se ainda ver “Le mur”, onde o conflito israelo-palestiniano voltou à cena, através da realização da francesa Simone Bretton (que, aliás é judia e árabe). Trata-se de uma análise crítica do muro que separa Israel da Palestina, ou do segundo muro da vergonha, como alguns já lhe chamaram. A realizadora filma o muro de ambos os lados; pergunta às crianças porque é que há um muro, as crianças respondem confusas, contradizem-se; há pessoas que saltam o muro, que se escapam por passagens, aberturas e entradas e que pedem para que se filme, para que se mostre no estrangeiro como se foge às leis do muro, para que se mostre que há muito pouca gente a acreditar e a defender o muro. É essencialmente um documentário “a-político”, pois, se por um lado retrata um conflito político, por outro não toma posições definidas, filma o muro como se filmasse uma montanha, fala com as pessoas sobre o muro como se perguntasse de outra coisa qualquer, com uma curiosidade banal. Somos talvez levados a adivinhar as posições de Bretton, mas só da mesma forma que somos levados a ver uma parede e adivinhar que ela é branca, sem no entanto lá estar escrito que é branca.

“La Maison des Saoud”, por Jihan El Tahri, que também esteve presente no Doclisboa a dia 25, foi a exposição das transformações da Arábia Saudita durante o séc XX. Este documentário, com base num profundo trabalho de investigação, trata das relações sauditas com as questões políticas e mesmo militares do nosso século: o conflito israelo-árabe, a política externa norte-americana… Um filme com que certamente Michael Moore se identificaria.

Já no dia 26, o realizador belga Michel Khleifi chegou-nos, pela tela do DocLisboa, com “Ma’loul fête sa destruction”. Trata-se de 30 minutos que em português bem se poderiam chamar “Saudade”. Ma’loul é uma aldeia palestiniana em, em 1948, foi destruída pelo exército israelita. O único direito concedido aos antigos habitantes desta terra é uma visita por ano a Ma’loul. Khleifi transformou essa visita num documentário.

Do mesmo realizador, e na mesma data, seguiu-se “Cantiques des pierres”, história de amor entre dois palestinianos que atravessou a guerra, a destruição, a violência e a morte. Apaixonados desde os anos 60, tiveram de esperar 18 anos para poderem “dar a mão”. Um documentário real e emotivo que recusou todos os esforços de esconder um sorriso. Um auditório rendido por completo.

No mesmo dia, o israelita Amos Gitai trouxe o amargo sabor do fracasso com “Wadi Ten Years Later”: de novo o amor se cruzou com a guerra, em territórios do Médio Oriente. Inicialmente, o amor venceu a guerra. Por fim, a guerra saiu vitoriosa sobre o amor. É, acima de tudo uma história do tempo e da guerra. Num vale em Haifa, palestinianos e israelitas viviam juntos, um casal israelo-palestiniano resiste intimamente ao conflito, recusa-o, ama-se para além dele. Passa o tempo e com o tempo, mais mortes, e mais lágrimas, e mais revolta… Passam 10 anos e Israel e Palestina já não se conseguem enxergar senão amargamente. E a amargura de uma guerra também pode entrar no amor. Enfim, um filme inquietante que “paralisou” a audiência do DocLisboa.

Ainda no dia 26, “Les Escadrons de la mort, l’école française” chegou ao festival, pelas mãos de Marie-Monique Robin, realizadora belga. Semelhante a “La Maison des Saoud”, no que diz respeito ao género de investigação assumido por ambos, não é uma surpreendente obra de arte mas é, sim, uma boa peça de informação. O documentário revela como, após a guerra da Argélia, os militares franceses teriam exportado as suas ideias apologistas de uma violência extrema como forma de combate às populações civis para os exércitos de outros países, marcados por ditaduras de direita (Argentina, Brasil, EUA).

“A guerra do Iraque”
de Leonor Areal animou o pequeno auditório da Culturgest, no dia 27. O documentário dá-nos a visão de uma turma do ensino básico perante a guerra do Iraque. Esta turma faz um filme de animação sobre a guerra do Iraque onde, numa história bem mais criativa do que a realidade, é possível distinguir personagens como George W. Bush, Tony Blair, Saddam Hussein, Osama Bin Laden…

Do mesmo realizador de “Detail”, chegou à tela do DocLisboa, no dia 27, o documentário “How I learned to overcome my fear and love Arik Sharon”. Numa hora, Avi Mograbi descreveu a campanha eleitoral de Sharon e mostrou, de uma forma surpreendente e irónica, como era praticamente impossível não ser conquistado pelo político de extrema-direita.

No dia 28 o espaço “guerra” foi unicamente marcado pelo conflito israelo-árabe. Omar Amiralay surpreendeu o público do Doclisboa, quer com a sua curta-metragem “Le plat de sardines ou la premiére fois que j’ai entendu parler d’Israel”, onde ele próprio faz uma retrospectiva do conflito israelo-árabe, desde a primeira vez que ouviu falar neste (na altura em que o Estado de Israel tinha ainda apenas 2 anos) até hoje, quer com a sua longa-metragem “Il ya tant de choses a raconter”. Esta última tem base numa conversa com o escritor sírio Saadallah Wannous, pouco tempo antes da sua morte. Amiralay e Wannous fazem o balanço destes anos de guerra nos territórios do Médio Oriente. Dois contadores de histórias reúnem-se para contar anos e anos de guerra entre dois povos… Trata-se de um documentário competente, onde a componente informativa pesa, mas onde há uma marca efectiva do cuidado artístico do cinema. Porém, depois do DocLisboa e com os novos dias se apresentam, a certeza é provavelmente comum aos espectadores do festival: serão necessários muitos mais contadores de histórias para acabar de contar esta história.

No dia 30, o espanhol Júlio Medem trouxe ao DocLisboa uma questão política que já assola a Espanha há alguns anos: “La pelota vasca, la piel contra la piedra” é uma reunião de várias entrevistas a figuras de vulto do País Basco, no âmbito de delinear a identidade do Euskadi bem como de procurar as origens de uma luta violenta pela independência que se mantém até aos dias de hoje.

“S21 – la machine de mort khmer rouge”, documentário ao qual foi atribuído o prémio especial do júri, foi realizado pelo cambojano Rithy Panh e, logo no dia 30, conquistou o grande auditório da Culturgest. Trata-se de um impressionante regresso a uma das mais terríveis prisões cambojanas durante o regime de Pol Pot: Tuol Song. Estávamos entre 1975 e 1979, quando este regime de terror foi responsável por 1,5 milhões de mortos. A repetição constante de métodos e torturas que pretendiam culpabilizar quem de nada era culpado é talvez o elemento mais singular e violento do filme. A própria confusão entre vítimas e culpados é também uma questão perturbante. Trata-se assim de um bocejo da memória, como se esta, no sono constante da história, quisesse dizer que ainda não esqueceu. Não é propriamente um filme sobre guerra mas é pelo menos um retrato da guerra que um Estado pode impor ao próprio povo. Um documentário impressionante sobre um momento terrível mas pouco conhecido da história internacional.

No mesmo dia, Elia Suleiman, realizador de “Intervenção Divina”, que estreou em Portugal há já alguns anos, foi de encontro ao cruzamento arte/guerra em que este blogue tem base, através de “Le rêve arabe”. De facto, neste documentário, o realizador tenta perceber como é possível a sobrevivência de formas estéticas e de criatividade num espaço confinado à violência, ao fascismo, ao sofrimento e à morte. Como é possível fazer arte com o som dos bombardeamentos tão perto? – pergunta-se Suleiman. Pois esta é também uma das questões inspiradoras deste blogue.

Mas Suleiman não se ficou pelo dia 30… Assomou igualmente nas telas do DocLisboa, logo pelo fim de tarde do dia 31. “Cyber Palestine” é de novo um exemplo de bom humor perante a perseguição das autoridades israelitas sobre os palestinianos. As personagens são José e Maria, um casal de palestinianos da faixa de Gaza. Foi provavelmente um documentário que deixou o DocLisboa submerso num sorriso… Amargo.

Para terminar os filmes de guerra do DocLisboa, ficou Azza al-Hassan a espreitar por uma janela em Ramallah. O filme chama-se “Newstime” e deixou uma audiência inteira a espreitar pela janela de al-Hassan: das janelas de Ramallah, como das janelas de todo o mundo, também havia pessoas a apaixonarem-se, a amarem-se, pessoas a viver. Talvez por isso a arte também sobreviva em tempos de guerra.


Fontes:

http://www.doclisboa.org/screen2.html

www.publico.pt

sexta-feira, novembro 5

Fundo Mundial de Cinema para países pobres

O Festival Internacional de Cinema de Berlim e a Fundação Alemã para a Cultura preparam a criação de um Fundo Mundial de Cinema que se se destina ao apoio e promoção do cinema em países assolados pela pobreza e pela guerra, onde a penetração de uma verdadeira indústria cinematográfica é mais difícil.
Assim, este fundo deverá apoiar países onde os conflitos políticos e militares destroem quase por completo a possibilidade de ver uma tela de cinema e países onde a crise económica impõe que se deseje mais o pão e se esqueçam as imagens. América Latina, Médio Oriente e quase todo o continente africano serão uns dos priveligiados.

Sofia Coppola - depois do suicídio e do amor, vem a "guerra"

A relizadora norte-america Sofia Coppola (filha de Francis Copolla) partirá, em Fevereiro do próximo ano, para uma viagem à Revolução Francesa e à vida de Marie Antoinette.

O próximo filme de Sofia Coppola, cuja rodagem se encontra marcada para Fevereiro, recairá sobre uma das revoluções mais violentas e mais marcantes da história internacional: a Revolução Francesa. Depois de "As Virgens Suicidas" e "Lost in Translation", Sofia Coppola planeia agora um filme sobre a revolução francesa e sobre Marie Antoinette, uma adolescente a quem as circunstâncias impuseram um importante papel na história da Humanidade. Sendo assim, o filme terá como foco principal a vida desta adolescente, mulher de Luís XVI, a quem se atribuem muitos excessos da monarquia e muitos ditos que, de facto, ela nunca disse. O filme retratará ainda o ambiente de decadência de Versailles no pré-revolução, bem como a violência de uma revolução que levou à morte centenas de pessoas.

quinta-feira, novembro 4

A guerra e a paz em Veneza

Aconteceu no início deste ano uma exposição de arte em Veneza, a qual retractava a guerra e a paz, mais precisamente os tempos de paz, dos fins do século XIX (1866 em diante), e os tempos de guerra, do princípio do século XX (1915 a 1918).
Os que visitassem a exposição eram presenteados com uma série de pinturas, esculturas e peças de joalharia e vestuário, desse tempo (1866 a 1918), os quais eram acompanhados por uma banda sonora e por filmes da época que permitiam envolver as pessoas no tempo e no momento concreto.
Explicando de uma forma mais precisa, se estivesse a ser mostrado um tempo de paz, a música e as imagens criavam o respectivo ambiente, mostrando alguns aspectos desses tempos, passando-se o mesmo se estivessem a ser mostrados tempos de guerra, nomeadamente, os da Primeira Guerra Mundial.
Aqueles que visitaram a exposição tiveram o privilégio de ver obras de arte de Giovanni Fattori, Ippolito Caffi, Pascal Blanchard entre outros. Uma excelente exposição que mostrou o que de melhor se fez naquela altura da história entre os tempos prósperos de paz e os tempos de destruição e devastação de guerra.

Radovan Karadzic, criminoso de guerra procurado pelo TPI, lança livro em Belgrado

Radovan Karadzic, antigo líder dos sérvios da Bósnia, lançou um livro autobiográfico na passada Segunda-feira, dia 18 de Outubro, intitulado A Milagrosa Crónica da Noite.
Este livro é o último de uma série de obras literárias de Karadzic, o qual, para além de político, também é psiquiatra e poeta. De entre as suas obras, sobressaem os livros de poesia para criança e uma peça de teatro.
Neste livro, Karadzic conta a história de um homem que está na prisão por engano no momento da morte de Josip Broz Tito, fundador e antigo presidente da ex-Jugoslávia. O livro procura passar a ideia de que os problemas na ex-Jugoslávia começaram com a morte do general Tito, tendo sido esse “triste e lamentável acontecimento da história da Jugoslávia” a originar as guerras e batalhas étnicas que se seguiram
Karadzic, de 58 anos, tem vindo a ser procurado desde 1995, quando o Tribunal Penal Internacional (TPI) o acusou de crimes de guerra, genocídio e crimes contra a Humanidade durante a guerra da Bósnia, encontrando-se em parte desconhecida desde 1996.
Para além de Belgrado, Karadzic, por intermédio dos seus editores, apresentará o seu livro na Sérvia, no Montenegro, em Moscovo e em Chicago, nos EUA, confirmando a actividade de Karadzic e a clara passividade do TPI, que nem com a pressão da juíza Carla Del Ponte consegue capturar o ex-presidente.