domingo, abril 24

Hitler mais humano a chegar aos cinemas de Israel


O filme A Queda - As últimas horas de Hitler de Oliver Hirschbiegel, filme polémico na medida em que mostra um Hitler mais humanizado, será exibido no próximo mês em Israel. Esta exibição deve-se à decisão de Nurit Shani, proprietária da distribuidora Shani Filmes. Após uma opinião maioritariamente positiva relativamente ao filme, por parte dos espectadores de um teste efectuado no início deste mês, Shani resolveu distribuir o filme pelos seus sete cinemas a partir de 19 de Maio.
Esta obra cinematográfica, protagonizada pelo actor Bruno Ganz e candidata ao óscar de melhor filme estrangeiro, relata os dias finais de Hitler no seu bunker em Berlim. Antes do suicídio, segundo a visão percebida no filme, Hitler varia entre o ódio, a loucura, a ternura e o amor. Estes são sentimentos que nem de todo se coadunam com a política radical israelita no que respeita à memória do Holocausto. O país que ainda abriga 280 mil sobreviventes do Holocausto não verá certamente o filme sem que a polémica se instale.
Shani aponta para a necessidade urgente do povo israelita lidar de perto com a memória desta figura, para a necessidade de encará-la de frente já que não se pode ignorá-la, acrescentando que não exibir o filme seria um acto de censura. Por seu lado, Efraim Zuroff, director do escritório do Centro Simon Wiesenthal, não está muito preocupado com a exibição em causa, embora não se mostre especialmente interessado em que as pessoas o vejam.


Fontes:
Público (15/04/2005) - não disponível on-line

quinta-feira, abril 21

M.I.A. - música em dialecto de guerra


O primeiro álbum de M.I.A., "Arular", editado no mês passado nos Estados Unidos da América, chegará a Portugal na próxima segunda-feira, dia 25 de Abril. O disco revela algumas das experiências de guerra vividas por esta cantora, pertencente à minoria Tamil do Sri Lanka, que, desde os anos 7o, mantém um conflito militar com a maioria Singalesa que se encontra no poder.
Desde os 10 anos, residente em Londres e separada do pai, que continua a lutar pela indepêndência, M.I.A. (cujas ininiciais significam Missing in Action - Desaparecida em Combate), após dois singles de sucesso, assinou contrato com a XL Recordings e lançou "Arular". Este seu primeiro álbum, que recebeu o nome de guerra do pai, é uma mistura de música urbana de rua, electronica, reggaeton, dancehall, funk e pop. É, para além de tudo, uma mistura da voz de menina irreverente com a imagem de uma sobrevivente; nas suas canções ouvimos momentos traumáticos de guerra: as constantes fugas e perseguições, os bombardeamentos, o incêndio da sua escola, a morte de amigos, a situação de refugiada em Londres... Como ela explica em entrevista ao Público, após dez anos rodeadada de violência, seria inevitável que, ao ter oportunidade de comunicar com o mundo, invocasse estes momentos de violência. Por outro lado, Maya Arulpragasam (nome verdadeiro da cantora) sublinha ainda a necessidade sentida neste disco de perceber o que leva alguém a travar uma luta por uma causa que pensa ser justa, distinguindo claramente esta luta da palavra "terrorismo".
M.I.A, para além de cantora, formou-se aos 22 anos em cinema, no College of Art and Design. Em 2001, chegou mesmo a fazer um documentário no Sri Lanka, que visiva sublinhar a diferença entre os jovens ingleses e os do Sri Lanka. Neste documentário, percebeu uma apatia inglesa generalizada contrastante com um altruísmo quase fundamentalista no Sri Lanka. O documentário ficou no abandono, devido à legislação pós 11 de Setembro que visava uma prevenção total ao terrorismo. Porém, das suas imagens já resultou uma incursão por parte de M.I.A. no terreno das artes plásticas, que, por sua vez, lhe valeu a publicação de um livro de gravuras e uma nomeação para o "Alternative Turner Prize".

Fontes:
Apartes
Público

terça-feira, abril 19

Relembrar os tempos do Gulag




Finalmente foi traduzida para português a obra da escritora Anne Applebaum: Gulag – Uma história.
Trata-se de uma obra na qual os leitores poderão tomar conhecimento de uma das mais terríveis tragédias da história, tragédia essa só comparável ao Holocausto na Alemanha Nazi.
O
Gulag ou Glavenoe Uporavlenie Lagerei, eram uma vasta rede de campos de trabalhos forçados, ou campos de concentração, que abrangiam toda a ex-União Soviética. Estima-se que tenham passado por estes campos de concentração cerca de 18 milhões de pessoas, nomeadamente, entre 1929 e 1953. Este período coincide, precisamente, com a vigência do regime ditatorial de Estaline, representando também o auge do Gulag.
Nestes campos de concentração, calcula-se que tenham morrido muitos milhões de pessoas, alguns números apontam que cerca de 4,5 milhões de pessoas nunca regressaram de lá.
Convém salientar que estes campos de concentração são muito anteriores ao regime de Estaline e que, mesmo após a morte deste, os campos continuaram a existir, representando um marco negro na História, apesar do pouco reconhecimento que o Ocidente deu e dá a esta página da História.
O livro de
Anne Applebaum retracta o horror destes campos, através de muitas histórias de pessoas que conseguiram sobreviver, mostrando inclusive o dia-a-dia das pessoas no campo de concentração. Applebaum baseou-se em entrevistas, arquivos, memórias de sobreviventes e, também, em alguma pesquisa, de forma a dar ao seu livro uma total dose de veracidade.
Para além desta perspectiva,
Anne Applebaum pretende mostrar o papel que os campos de concentração desempenharam no sistema político e económico da ex-União Soviética.
Com esta obra,
Anne Applebaum já ganhou muitos prémios, entre os quais o prémio Pulitzer de obras não ficcionais de 2004, o prémio Duff-Cooper, um prémio britânico, entre outros.
Uma obra de referência que finalmente está ao dispor dos portugueses e em português.

Fonte: Mil Folhas de 8 de Abril

segunda-feira, abril 18

“Arte” em tempos difíceis de Guerra



A cadeia europeia de notícias – Euronews, conseguiu realizar no passado dia 26 de Março uma entrevista exclusiva com o Xeque Naim Kassem, secretário-geral do Hezbollah, apesar das medidas de segurança extremamente rigorosas.
No passado dia 26 de Março, os jornalistas da Euronews conseguiram um feito notável – entrevistar o xeque Naim Kassem, líder do Hezbollah, uma formação política e ao mesmo tempo a única milícia armada do Líbano. A entrevista decorreu num apartamento clandestino do bairro xiita de Beirute, a capital libanesa, apesar das fortes medidas de segurança em torno de Naim Kassem.
Trata-se de uma entrevista importante, na qual o líder deste partido e grupo armado, comenta a situação no Líbano, a posição que o Hezbollah tem no país e as recentes opiniões da comunidade internacional face ao Hezbollah.
O Hezbollah, ou Partido de Deus, é considerado por Washington uma organização terrorista, apesar de Bruxelas não o considerar, facto que têm levado o governo norte-americano a pressionar Bruxelas a incluir a milícia na lista, por eles elaborada, de organizações terroristas.
Apesar da relutância por parte da União Europeia, no passado dia 10 de Março o Parlamento Europeu aprovou por maioria uma resolução, puramente consultiva, na qual constam algumas medidas destinadas a pôr cobro às actividades terroristas do Hezbollah, embora não inclua o Hezbollah na lista de organizações terroristas.
Foi com base neste cenário internacional que os jornalistas da Euronews entrevistaram o Xeque Kassem. Este na sua entrevista refere que o recurso às armas não é algo que o Hezbollah queira fazer, mas é e será sempre um mecanismo a recorrer quando tal seja necessário, nomeadamente, quando a soberania e independência do Líbano estiver em causa.
Para além disso, Kassem sublinhou que está contra qualquer ingerência externa nos problemas do Líbano, reafirmando que o Líbano, enquanto estado soberano que é, não precisa que ninguém se intrometa nos seus problemas. Acrescentou ainda que se trata de um estado democrático e que só o povo poderá mudar o que quer que seja.
Ao longo da sua entrevista é notório um sentimento anti Estados Unidos da América e Israel, nações que ele considera inimigas e contra as quais estará sempre disposto a lutar.


Entrevista na íntegra em:

sexta-feira, abril 15

Torturas de Abu Ghraib retratadas por Fernando Botero

O colombiano Fernando Botero pintou, em 50 quadros, as torturas infligidas por soldados americanos a presos iraquianos na prisão de Abu Ghraib. Alguns dos seus quadros foram expostos em Paris no passado dia 11, dia em que, em Baquba, jovens iraquianos exigiam a retirada das tropas americanas, mostrando imagens de Abu Ghraib.

Reclamando a necessidade urgente de representar este horror, o artista plástico apresenta-nos um conjunto de imagens de cores vivas e corpos arredondados, que transmitem, de uma forma invulgar e criativa mas igualmente chocante, a humilhação perpretada ao povo iraquiano. Homens torturados, em lingerie feminina, pedaços de sangue vermelho-vivo junto à pele: corpos completamente expostos à violência, numa recriação imaginativa das fotografias publicadas destas torturas. Fernando Botero sublinha que 50 quadros não chegam, de todo, para representar o drama do povo iraquiano, prometendo mais "pinceladas" sobre esta "tela de guerra".

Os 50 quadros estarão expostos no Palazzo Venecia, em Roma, a partir de 16 de Junho, e Botero promete que percorrerão ainda outros países como a Alemanha. O pintor afirma ainda um desejo manifesto de os ver expostos nos Estados Unidos da América, "país a quem mais interessa este assunto".


Fontes:
Diário de Notícias 1

Diário de Notícias 2

Diário Digital

terça-feira, abril 12

Vinte e quatro obras de Dürer reclamadas pela Polónia

Mais de duas dezenas de obras do pintor polaco Albrecht Dürer foram novamente reclamadas pelo Institututo Nacional Ossolinski de Wroclaw (Polónia). Segundo o livro recém-publicado por este instituto, que inclui documentos oficiais e declarações, as 24 obras hoje espalhadas pelo Canadá, Reino Unido, Holanda e E.U.A. foram durante a II Guerra Mundial saqueadas pelos nazis.
Os pedidos de devolução repetem-se desde 2001 e já obtiveram mesmo uma posição favorável por parte do próprio responsável norte-americano pelos assuntos ligados ao Holocausto. Porém, desde essa mesma data que não há qualquer resposta por parte das instituições detentoras de tais obras. A única reacção registada foi a do responsável pelo Metropolitan Museum of Art, nos EUA, que, na edição deste mês da revista Artnews, declarou estar a analisar o pedido polaco.
Segundo os documentos apresentados no referido livro, os famosos desenhos de Dürrer chegaram mesmo a voltar à Polónia após a II Guerra Mundial, devolvidos pelo exército norte-americano que os encontrara numa mina de sal na Áustria. No entanto, ainda no rescaldo pós-guerra foram vendidos aos diferentes países onde agora se encontram.

Fontes:
Público

quinta-feira, abril 7

Mário Augusto apresenta o seu livro no Museu Nogueira da Silva

Novo filme de Steven Spielberg estreia em Julho




A Guerra dos Mundos vai ser novamente adaptado para o cinema, desta feita por Steven Spielberg, realizador de filmes como “E.T.”, “Parque Jurássico”, “Encontros Imediatos de Terceiro Grau”, entre muitos outros, estando a estreia marcada para 7 de Julho.
O filme, baseado no famoso livro de H. G. Well’s – “War of the Worlds”, um épico da literatura de ficção-científica, relata-nos a invasão da Terra pelos extra-terrestres, mas sob o prisma de uma família norte-americana que luta para sobreviver a toda a devastação.
Para além da história dessa família, também somos confrontados com a luta da Humanidade pela sua sobrevivência, ou seja, pela continuidade da espécie humana.
O filme encontra-se a ser filmado em New Jersey, num bairro tipicamente português, o que não deixa de ser mais uma curiosidade, bem como nos estudios da Warner Brothers.
A encabeçar o elenco de actores temos Tom Cruise, que será acompanhado por Miranda Otto, Tim Robbins, Dakota Fanning e Justin Chatwin, estando todos eles sobre a direcção do “mestre” Steven Spielberg.

Fontes/Links:
http://www.waroftheworlds.com
http://cinema.sapo.pt/Xw2/548702.html

Fotos/posters




Exposição de fotografia sobre Guerra está patente em Genebra



O museu Internacional da Cruz Vermelha, situado em Genebra, acolhe até Agosto uma exposição de fotografia intitulada: Guerra; Estados Unidos – Afeganistão - Iraque.

Está a decorrer desde o dia 16 de Março uma exposição de fotografia no Museu Internacional da Cruz Vermelha, o qual se situa em Genebra, exposição essa que vai estar patente até 14 de Agosto.
Esta mostra nasce da ideia de dar a conhecer às pessoas as alterações que têm acontecido no Mundo desde 11 de Setembro de 2001 com os atentados ao World Trade Center.
Todo começa a 9 de Setembro com a criação da VII (sete), uma agência de fotógrafos profissionais, criada, curiosamente, dois dias antes dos atentados às torres gémeas, na cidade de Nova Iorque. Os seus criadores foram sete fotógrafos (Alexandra Boulat, Ron Haviv, Gary Knight, Antonin Kratochvil, Christopher Morris, James Nachtwey and John Stanmeyer, mais tarde juntaram-se a estes Christopher Anderson e Lauren Greenfield) que pretendiam controlar os canais de distribuição das suas fotos.
Este conjunto de cinquenta e quatro fotografias são importantes para que as pessoas vejam o quão devastadoras são as guerras/ conflitos bélicos. São deveras aterradoras as fotografias tiradas por James Nachtwey das ruínas do World Trade Center, as quais dão uma visão da devastação que o atentado causou, já para não falar das fotografias tiradas em Bagdade após a tomada da cidade, ou as tiradas no Afeganistão.
Com esta exposição, os visitantes são levados a fazer uma reflexão profunda da realidade, colocando questões extremamente pertinentes, tais como – Será que isto aconteceu? É mesmo real? Isto que estamos a ver não será uma farsa/ montagem? Como aconteceu? Porquê?
Ninguém ficará indiferente às fotografias, muitas poderão inclusive chocar as pessoas, afinal aquilo que vimos em filmes e na televisão em nada se compara às fotos que se encontram expostas em Genebra. São fotos que são acompanhadas de uma carga emotiva muito forte, ajudando a mostrar que as guerras, as verdadeiras, deixam marcas em toda a população mundial. Todos somos afectados pelas guerras, embora uns de forma directa, outros, aqueles que não estão lá, são-no pela constatação da dor e sofrimento daqueles que não têm culpa de estar no sítio errado.

Fontes:
www.micr.ch e www.euronews.net
Link:http://www.micr.ch/e/exhib/explore_current_e.html

Algumas Fotos:










Ópera causa polémica em Londres


Richard Wagner


A adaptação da ópera "O Crepúsculo dos Deuses", do compositor alemão Richard Wagner, provocou indignação entre a plateia do Coliseu da English National Opera em Londres no passado sábado dia 2 de Abril, pelo simples facto de mostrar uma terrorista que durante a actuação fazia explodir um cinto de explosivos.


No passado Sábado dia 2 de Abril foi apresentada no Coliseu de Londres a adaptação da ópera “O Crepúsculo dos Deuses”, ópera essa que encerra a tetralogia de Wagner (1813-1883), chamada “O Anel de Nibelungo”, e que na sua actual adaptação é dirigida por Phyllida Loyd.
Esta nova adaptação não foi muito bem recebida pela plateia, aliás a plateia no final “aplaudiu” a peça com apupos e gritos de protesto.
Tudo se deve à ideia da directora da ópera, dado que, esta converte a heroína da ópera, Brunilde, numa terrorista suicida que no final da peça se imola de forma dramática activando um detonador, que por sua vez faz rebentar os explosivos que estavam colocados num cinto.
A adaptação feita por Phyllida Loyd contraria de todo a versão original, já que na versão original a filha do guerreiro Wotan – Brunilde – é condenada por este a ficar num aro de fogo sendo salva por Sigfredo, o seu herói.
Para além do desagrado que provocou entre o público, esta adaptação também desagradou a alguns críticos de ópera como Andrew Carlton, que em declarações ao “The Observer” afirmou que a adaptação feita por Loyd foi “demasiado ousada”.
Loyd veio a público defender-se, dizendo que apenas quis fazer uma versão mais contemporânea da ópera, versão essa que representasse melhor o mundo actual, já que, segundo a autora, “Estamos a assistir a um mundo que desceu ao inferno. Quase toda esta ópera representa o mundo que nos rodeia. Tem avareza, terror, traição e um apetite voraz pelo poder"

Fonte: www.rtp.pt
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